Tributação de Criptomoedas em Portugal: O Que Saber

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A tributação de criptomoedas em Portugal ganhou destaque com as novas regras introduzidas em 2023. Até então, o enquadramento legal era pouco claro. Agora, o Fisco passou a tratar os criptoativos de forma mais definida, estabelecendo regras concretas para investidores e contribuintes.

Neste artigo, explicamos como funciona a legislação fiscal das criptomoedas em Portugal, que impostos estão envolvidos e o que precisa de saber para evitar erros ou penalizações. Seja investidor ocasional ou utilizador frequente de criptoativos, compreender as regras é essencial para gerir bem as suas finanças.

Índice

Principais Conclusões sobre a Tributação de Criptomoedas em Portugal

A legislação fiscal portuguesa passou a tratar os criptoativos de forma mais estruturada desde 2023. Estas são as principais regras que todos os investidores devem conhecer:

  • O novo regime fiscal trouxe maior clareza à tributação de criptomoedas, eliminando muitas das incertezas anteriores.
  • As criptomoedas são consideradas representações digitais de valor e, por isso, estão sujeitas a impostos específicos.
  • Os ganhos de capital obtidos com a venda de criptoativos são, em regra, tributados a uma taxa fixa de 28%, embora exista a possibilidade de englobamento.
  • A mineração de criptomoedas é tratada como uma atividade empresarial ou profissional e, por isso, tem um regime fiscal autónomo.
  • Transmissões gratuitas de criptoativos, como doações ou heranças, podem estar sujeitas ao Imposto do Selo, consoante as circunstâncias.

Estas regras marcam um ponto de viragem na forma como a tributação de criptomoedas é aplicada em Portugal. Compreender os seus contornos é essencial para garantir o cumprimento fiscal.

Introdução à Tributação de Criptomoedas em Portugal

Com as alterações introduzidas em 2023, Portugal passou a ter regras mais claras sobre a tributação de criptomoedas. Até então, o enquadramento legal era vago, deixando muitos investidores na incerteza. Hoje, quem compra, vende ou transaciona criptoativos já tem orientações fiscais definidas.

Este artigo ajuda-o a compreender como declarar os seus ativos digitais e a evitar erros que podem resultar em penalizações. Vamos abordar os conceitos essenciais da legislação portuguesa, explicar onde e como declarar criptomoedas no IRS e partilhar dicas práticas para gerir esta nova realidade fiscal com confiança.

Tenha em conta que as regras fiscais estão em constante evolução, à medida que o mercado dos criptoativos amadurece. Por exemplo, se comprou Bitcoin em 2020 e só o vendeu em 2024, o enquadramento legal será muito diferente — e isso influencia diretamente a forma como deve declarar o ganho.

Este guia é um ponto de partida. Para decisões fiscais mais complexas, aconselha-se sempre o apoio de um contabilista com experiência em criptomoedas.

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O Que São Criptomoedas?

Criptomoedas são ativos digitais que utilizam criptografia para garantir transações seguras e transparentes. Diferenciam-se das moedas tradicionais por funcionarem de forma descentralizada, ou seja, sem a intervenção de bancos centrais ou entidades governamentais. A tecnologia que as suporta — a blockchain — permite o registo público e imutável de todas as operações.

Imagine que pretende enviar dinheiro para o estrangeiro. Através do sistema bancário tradicional, a operação pode ser lenta e sujeita a taxas. Com uma criptomoeda como o Bitcoin, o mesmo envio pode ser feito em minutos e com custos bastante inferiores.

As criptomoedas representam uma inovação na forma como concebemos o valor e as transações financeiras.

Embora ofereçam vantagens claras, como maior liberdade e eficiência, também implicam riscos — tanto de mercado como legais. Por isso, é essencial estar a par da legislação aplicável em Portugal, especialmente no que diz respeito à sua tributação.

O Bitcoin continua a ser o ativo mais conhecido, mas existem milhares de alternativas. Algumas foram criadas para facilitar pagamentos rápidos, outras para executar contratos inteligentes ou alimentar plataformas descentralizadas. Cada projeto tem um propósito, um funcionamento e um risco associados.

É importante recordar que o valor das criptomoedas pode flutuar de forma significativa. O preço da Bitcoin, por exemplo, pode variar milhares de euros num curto espaço de tempo. Antes de investir, informe-se bem — e certifique-se de que compreende não só o mercado, mas também as implicações fiscais do que está a fazer.

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Legislação Criptomoedas Portugal: O Que Precisa de Saber

A legislação portuguesa sobre criptomoedas tem vindo a evoluir para acompanhar a dinâmica do mercado. Durante vários anos, houve incerteza quanto à forma como os criptoativos seriam tributados. Essa ambiguidade causava dificuldades tanto a investidores como a profissionais da área fiscal.

Com a introdução do novo regime fiscal em 2023, o cenário tornou-se mais claro. No entanto, ainda subsistem regras específicas e exceções que exigem atenção. Saber exatamente como o Estado português classifica e tributa diferentes operações com criptomoedas é o primeiro passo para evitar erros na sua declaração de impostos.

Definição de Criptomoedas na Lei Portuguesa

A legislação portuguesa considera como criptoativo qualquer representação digital de valor que possa ser transferida ou armazenada eletronicamente, utilizando tecnologias como a blockchain. Esta definição inclui criptomoedas como o Bitcoin e o Ethereum, bem como outros tokens com características semelhantes.

No entanto, nem todos os ativos digitais estão abrangidos. Os NFTs (Non-Fungible Tokens), por exemplo, ficam fora desta categoria legal. Isso significa que o seu tratamento fiscal pode ser diferente, exigindo uma análise própria.

Compreender esta distinção é fundamental para garantir que está a aplicar corretamente as regras fiscais às suas operações com ativos digitais.

Implicações Fiscais para Investidores em Criptomoedas

ADesde 2023, as regras fiscais para quem investe em criptomoedas tornaram-se mais claras. Antes, a ausência de um enquadramento específico deixava margem para dúvidas e interpretações ambíguas. Agora, Portugal dispõe de um regime fiscal próprio para criptoativos.

Se investe ou transaciona criptomoedas, deve ter especial atenção aos seguintes pontos:

  • É obrigatório declarar todos os ganhos obtidos com a venda de criptoativos no IRS (particulares) ou no IRC (empresas).
  • As mais-valias resultantes dessas vendas são, por norma, tributadas a 28%. No entanto, pode optar pelo englobamento, caso pretenda que esses rendimentos sejam somados aos restantes.
  • Transmissões gratuitas de criptoativos, como doações ou heranças, podem estar sujeitas ao Imposto do Selo, à taxa de 10%, desde que verifiquem determinadas condições.
  • Também as comissões cobradas por serviços relacionados com criptoativos estão sujeitas a Imposto do Selo, com uma taxa de 4%.

Para além disso, é essencial manter um registo detalhado de todas as transações: datas, valores, tipo de criptoativo e contrapartes envolvidas. Esta documentação é crucial para cumprir as suas obrigações fiscais e evitar coimas ou sanções da Autoridade Tributária.

Se tem dúvidas, consulte um contabilista com experiência em tributação de criptoativos. O apoio especializado pode fazer toda a diferença — tanto na conformidade legal como na eficiência fiscal.

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Como Declarar Criptomoedas no IRS: Guia Prático

Declarar criptomoedas no IRS pode parecer complicado, mas não tem de ser. Com os dados certos organizados e atenção às regras fiscais, o processo torna-se mais simples do que parece.

Desde 2023, com o novo regime fiscal, existem passos definidos para garantir que os rendimentos com criptoativos são declarados de forma correta. Este guia prático mostra-lhe como cumprir com a lei e evitar problemas com o Fisco.

Passo a Passo para a Declaração de Criptomoedas

Siga estes passos para preencher corretamente a sua declaração de IRS com criptoativos:

  1. Aceda ao Portal das Finanças
    Entre em www.portaldasfinancas.gov.pt com as suas credenciais de acesso.
  2. Escolha o Anexo correto
    Os ganhos de capital com criptomoedas devem ser reportados no Anexo G, dedicado a mais-valias. Em situações específicas, poderá ter de usar outros anexos — informe-se sobre a sua categoria de rendimento.
  3. Localize a secção certa
    Dentro do Anexo G, procure a parte relativa a “Incrementos Patrimoniais” ou “Mais-Valias”.
  4. Preencha os dados das transações
    Insira o valor de aquisição e de venda de cada criptomoeda, assim como as datas correspondentes. Ter um registo organizado facilita bastante este passo.
  5. Verifique os cálculos automáticos
    O sistema calculará os ganhos ou perdas automaticamente. Certifique-se de que os valores apresentados estão corretos.
  6. Submeta a declaração dentro do prazo
    Após rever os dados, envie a sua declaração de IRS com os rendimentos em criptoativos incluídos.
  7. Considere o englobamento
    Pode optar por englobar estes rendimentos com os restantes rendimentos da categoria G. Esta decisão pode reduzir o imposto a pagar, dependendo da sua situação global.

Se optar pelo englobamento, todos os seus rendimentos serão considerados para o cálculo do imposto, o que pode ser vantajoso dependendo da sua situação fiscal.

Documentação Necessária para a Declaração

Para preencher corretamente a sua declaração de IRS com criptoativos, precisa de reunir a seguinte documentação:

  • Histórico de transações
    Um registo completo de todas as compras, vendas, trocas e transferências de criptomoedas. Deve incluir: datas, valores, tipo de ativo e plataforma utilizada.
  • Comprovativos de aquisição
    Extratos ou faturas que indiquem o valor de compra e a data da operação. Podem ser obtidos na exchange onde realizou a compra.
  • Comprovativos de venda
    Tal como na aquisição, deve conservar documentos que provem o valor e a data em que vendeu cada ativo.
  • Custos associados
    Inclua taxas de corretagem, comissões, taxas de rede ou qualquer outro custo diretamente ligado à transação. Estes valores podem ser deduzidos às mais-valias, reduzindo o imposto a pagar.

Organizar bem estes elementos facilita o preenchimento da declaração e reduz o risco de erros ou problemas com a Autoridade Tributária. Se surgir alguma dúvida, consulte um contabilista com experiência em tributação de criptomoedas.

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Imposto Sobre Ganhos de Criptomoedas: O Que Saber

Compreender como funciona o imposto sobre os ganhos de criptomoedas em Portugal é essencial para evitar erros e penalizações. Desde 2023, passou a existir um regime fiscal específico para criptoativos, o que trouxe maior clareza — mas também obrigações mais exigentes.

Ao vender criptomoedas por um valor superior ao de compra, obtém uma mais-valia. Esse lucro está sujeito a tributação no IRS, tal como acontece com ações ou imóveis. No entanto, há particularidades a ter em conta, e é importante saber quando e como o imposto se aplica, bem como as opções disponíveis ao contribuinte.

IRS e Ganhos de Capital Criptomoedas: Como Funcionam

Os lucros obtidos com a venda de criptomoedas são considerados mais-valias e estão sujeitos a tributação em sede de IRS. A taxa aplicada, por defeito, é de 28% sobre o ganho obtido. No entanto, existe a possibilidade de optar pelo englobamento, ou seja, incluir esse rendimento na soma dos seus rendimentos globais.

Essa opção pode ser vantajosa se o seu escalão de IRS for baixo — mas pode também aumentar a carga fiscal, caso tenha outros rendimentos elevados.

Exemplo prático:

Suponha que comprou 1 Bitcoin por 20.000€ e o vendeu mais tarde por 30.000€. A diferença — 10.000€ — é considerada uma mais-valia.
Pode:

  • Pagar 28% sobre os 10.000€, ou
  • Optar pelo englobamento e ser tributado conforme o seu escalão de rendimento

A decisão deve ser feita com base no seu perfil fiscal. Em alguns casos, compensa manter a taxa fixa; noutros, englobar reduz o imposto.

Mantenha sempre um registo completo de todas as operações: datas, valores de compra e venda, e tipo de criptoativo. Este histórico é essencial para preencher corretamente o IRS e para se proteger em caso de fiscalização.

IVA e Transações com Criptomoedas: O Que Precisa Saber

Na maioria dos casos, a compra e venda de criptomoedas não está sujeita a IVA. Isto significa que as transações de troca entre euros e criptoativos, ou entre diferentes criptomoedas, estão isentas deste imposto.

No entanto, há exceções importantes. Se prestar serviços relacionados com criptomoedas — como consultoria, formação, desenvolvimento de software ou gestão de carteiras — poderá ter de aplicar IVA sobre esses serviços.

A tributação varia consoante a natureza da atividade. Por isso, é essencial analisar cada caso com o apoio de um contabilista.

Além do IRS e do IVA, o Imposto do Selo pode também ser aplicável, sobretudo em transmissões gratuitas de criptoativos (como doações ou heranças). Ignorar estes detalhes pode resultar em penalizações.

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Consequências da Não Declaração de Criptomoedas no IRS

Omissões na declaração de rendimentos com criptomoedas podem ter consequências fiscais sérias. A Autoridade Tributária (AT) tem vindo a reforçar o controlo sobre este tipo de ativos, em especial através do cruzamento de dados com exchanges nacionais e internacionais.

Mesmo que os ganhos pareçam pequenos, o facto de não os declarar pode levar à aplicação de coimas, juros ou até a processos mais graves. O risco aumenta quando as operações envolvem valores elevados ou frequência significativa.

Por isso, o melhor caminho é sempre a transparência e o cumprimento voluntário das obrigações fiscais. Declarar corretamente evita problemas futuros — e, em muitos casos, permite até beneficiar de deduções ou opções fiscais mais vantajosas.

Sanções e Penalizações por Omissão

Não declarar criptomoedas pode sair caro. As penalizações variam consoante a gravidade da infração, mas a Autoridade Tributária tem cada vez mais ferramentas para detetar omissões.

Entre as sanções possíveis estão:

  • Coimas elevadas
    O valor da multa depende do montante não declarado e da intenção do contribuinte. Pode ir de algumas centenas a milhares de euros.
  • Juros de mora
    Sobre o imposto em falta incidem juros legais até ao pagamento total.
  • Processo-crime por fraude fiscal
    Em casos mais graves, especialmente quando há dolo ou ocultação deliberada, pode haver lugar a ação penal. As penas podem incluir prisão.

A AT tem acesso a dados de transações fornecidos por exchanges e outras plataformas. Ocultar ganhos em criptoativos é um risco real e desnecessário.

Para evitar problemas, mantenha os seus registos atualizados e declare tudo de forma transparente. Se tiver dúvidas, recorra a um especialista em fiscalidade de criptoativos.

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Dicas para uma Gestão Fiscal Eficiente de Criptomoedas

Gerir os impostos sobre criptomoedas exige atenção, mas não precisa de ser complicado. Com organização e alguns cuidados simples, pode evitar erros, poupar tempo e reduzir o risco fiscal.

Estas dicas ajudam-no a cumprir as suas obrigações com confiança — e a manter-se preparado num setor em constante mudança.

Registo Detalhado de Todas as Transações

Registe Todas as Transações com Rigor

Ter um registo completo de todas as suas operações em criptomoedas é fundamental para calcular corretamente as mais-valias e preencher o IRS sem falhas.

O que deve incluir:

  • Data da transação
  • Tipo de criptomoeda
  • Quantidade transacionada
  • Valor em euros no momento da operação
  • Identificação da contraparte (quando aplicável)

Pode usar uma folha de Excel, uma aplicação de gestão de criptoativos ou software próprio. Quanto mais completo for o registo, mais fácil será cumprir as obrigações fiscais — e menos risco corre numa eventual auditoria.

Escolher a Categoria de Rendimento Adequada

Escolha a Categoria de Rendimento Certa

Saber em que categoria fiscal se enquadram os seus rendimentos com criptomoedas é essencial para preencher o IRS corretamente.

Em Portugal, os ganhos podem ser:

  • Categoria G – Mais-valias.
    Aplica-se à venda ocasional de criptoativos por investidores particulares.
  • Categoria B – Rendimentos empresariais ou profissionais.
    Aplica-se a atividades com caráter comercial, como trading frequente, mineração ou prestação de serviços com criptomoedas.

A escolha da categoria depende do tipo e da frequência da atividade. Em caso de dúvida, consulte um contabilista com experiência em tributação de criptoativos. O enquadramento certo pode evitar penalizações e otimizar a sua carga fiscal.

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Atenção ao Momento da Venda de Criptomoedas

Quando vende os seus criptoativos, o tempo de detenção pode influenciar diretamente a forma como é tributado.

Se mantiver uma criptomoeda por mais de 365 dias e ela o for considerada um valor mobiliário, os ganhos obtidos com a venda podem estar isentos de IRS.

Por isso, planear o momento da venda é uma decisão estratégica. Pode fazer a diferença entre pagar imposto ou não — especialmente em investimentos de longo prazo.

Antes de vender, confirme a data de aquisição e analise o impacto fiscal. E se tiver dúvidas sobre o enquadramento do ativo, fale com um especialista.

Utilizar Software de Contabilidade Especializado em Criptomoedas

Gerir manualmente todas as transações com criptomoedas pode tornar-se confuso — especialmente se operar com frequência. Felizmente, existem ferramentas criadas para automatizar este processo.

Estes softwares permitem-lhe:

  • Registar automaticamente todas as transações (compra, venda, troca)
  • Calcular ganhos e perdas de capital
  • Gerar relatórios fiscais prontos para o IRS

Plataformas como Koinly ou CoinTracking são populares entre investidores e profissionais. Ao usar este tipo de solução, reduz drasticamente o risco de erro e poupa horas de trabalho administrativo.

Para quem tem um volume médio ou elevado de operações, esta é uma escolha inteligente.

Consultar um Especialista em Impostos Sobre Criptomoedas

A legislação fiscal sobre criptoativos está em constante mudança. O que hoje é permitido, amanhã pode ser alterado — e nem sempre é fácil acompanhar todas as atualizações.

Por isso, recorrer a um contabilista ou consultor fiscal com experiência em criptomoedas pode fazer toda a diferença.

Um especialista ajuda-o a:

Não espere por um problema para procurar ajuda. Com apoio profissional, poupa tempo, reduz riscos e ganha tranquilidade.

Considerar o Englobamento no IRS

Quando declara os seus ganhos com criptomoedas, pode optar por o aplicar a taxa fixa de 28% e, em vez disso, englobar esses rendimentos com os restantes que já tem.

O englobamento significa que:

  • Os seus ganhos entram no cálculo do IRS com os outros rendimentos
  • Será tributado de acordo com o seu escalão de rendimento anual
  • Pode, em alguns casos, pagar menos imposto do que com a taxa fixa

Esta opção pode ser vantajosa se tiver rendimentos baixos ou moderados, mas nem sempre compensa.

Antes de decidir, faça simulações — ou peça apoio a um contabilista. Um pequeno cálculo pode traduzir-se numa poupança fiscal relevante.

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Documentação Essencial para a Declaração

Ter os documentos certos pode evitar dores de cabeça — sobretudo em caso de fiscalização.

Guarde sempre:

  • Comprovativos de compra e venda das criptomoedas
  • Registos detalhados das transações (data, valor, criptoativo, plataforma)
  • Extratos de exchanges ou wallets
  • Comprovativos de taxas pagas (como comissões ou custos de rede)

Estes documentos são obrigatórios se quiser justificar os valores declarados no IRS e proteger-se em caso de auditoria pela Autoridade Tributária.

Organização é meio caminho andado para uma declaração sem problemas.

Reinvestimento Inteligente de Ganhos

Reinvista com Estratégia, Mas Declare Sempre

Se obteve ganhos com criptomoedas, pode considerar reinvestir parte desses lucros para continuar a beneficiar do potencial de valorização futura.

No entanto, é importante ter isto em conta:

  • O reinvestimento não isenta o pagamento de impostos
  • Os ganhos devem ser declarados no IRS, mesmo que utilize o valor para comprar novos criptoativos
  • O lucro é contabilizado no momento da venda — não no que faz com o dinheiro depois

Ou seja, pode e deve investir com visão de longo prazo, mas sempre com conhecimento das regras fiscais aplicáveis.

Diversificação da Carteira de Criptomoedas

Investir apenas num único criptoativo pode ser arriscado. O mercado é volátil, e oscilações fortes podem afetar significativamente os seus ganhos — ou provocar perdas.

Por isso, é aconselhável:

  • Distribuir o investimento por vários tipos de criptomoedas
  • Incluir ativos com finalidades diferentes (pagamentos, contratos inteligentes, stablecoins, etc.)
  • Considerar outros tipos de investimento além do universo cripto, para equilibrar o risco

A diversificação não elimina o risco, mas ajuda a reduzir o impacto de quedas acentuadas e a manter a estabilidade da carteira a longo prazo.

Prepare-se para o Novo Cenário Fiscal das Criptomoedas

Desde 2023, Portugal passou a ter regras claras e específicas para a tributação de criptomoedas. Isto representa um avanço importante, mas também exige mais atenção por parte dos investidores.

Declarar corretamente os ganhos, cumprir os prazos, manter os registos organizados e conhecer as opções fiscais disponíveis são passos essenciais para evitar problemas com a Autoridade Tributária.

Se pretende investir com segurança — e sem surpresas fiscais — mantenha-se informado e, sempre que necessário, recorra a apoio profissional. A legislação sobre criptoativos continuará a evoluir. A melhor defesa é estar um passo à frente.

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Perguntas Frequentes sobre Tributação de Criptomoedas em Portugal

Como declarar USDT em Portugal?

Declare como qualquer criptoativo no Anexo G, usando o valor em euros na data da transação.

Como declarar criptomoedas no IRS em Portugal?

Use o Anexo G do IRS, reportando data, valor de compra, venda e tipo de criptoativo.

Qual é o imposto sobre criptomoedas em Portugal?

28% sobre as mais-valias, com possibilidade de englobamento se for mais vantajoso para o contribuinte.

O que muda na tributação das mais-valias mobiliárias?

Passaram a ter regras específicas desde 2023, incluindo criptoativos com tributação a 28% e opção de englobamento.

É legal minerar bitcoin em Portugal?

Sim. É legal, mas considerada atividade profissional e sujeita a IRS, IVA e contribuições para a Segurança Social.

Como não pagar imposto sobre criptomoedas em Portugal?

Mantenha criptoativos mais de 365 dias. As mais-valias ficam isentas se não forem considerados valores mobiliários.

Como declarar bitcoin na Binance?

Use os relatórios da Binance para preencher o Anexo G, indicando compras, vendas e ganhos em euros.

Como não pagar mais valia?

Mantenha os ativos digitais por mais de 365 dias. Ganhos com criptoativos não mobiliários ficam isentos.

Quem é a CONTAREA – GESTÃO E CONTABILIDADE

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A informação deste artigo não substitui a consulta de documentação e legislação oficial.

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António Martins Pereira CEO & General Manager
CEO @ Contarea - Gestão e Contabilidade | Especialista em contabilidade, fiscalidade e gestão de empresas | Otimização da produtividade e rentabilidade de negócios

António Martins Pereira
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