Despedimento por extinção do posto de trabalho: o que saber?

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Despedimento e extinção do posto de trabalho: critérios e direitos

A extinção de um posto de trabalho pode ser um processo doloroso para todas as partes envolvidas. Para as empresas, significa uma reorganização interna, enquanto para os trabalhadores representa o fim de um ciclo de trabalho. Este artigo explora as principais razões por detrás do despedimento por extinção do posto de trabalho, os direitos dos trabalhadores e as obrigações das empresas, fornecendo uma visão clara sobre um tema cada vez mais presente no mercado laboral.

O que é o despedimento por extinção do posto de trabalho?

A extinção do posto de trabalho ocorre quando uma empresa decide, por razões estruturais, tecnológicas ou económicas, que um determinado cargo deixa de ser necessário à sua operação. Esta decisão, que pode afetar um ou mais trabalhadores, justifica-se legalmente como motivo para despedimento, conforme estipulado pelo Código do Trabalho.

Este tipo de despedimento não se baseia em falhas ou conduta do trabalhador. Pelo contrário, é uma decisão da entidade empregadora, fundamentada na necessidade de adaptação à realidade do mercado e às suas condições internas. Seja por uma reestruturação profunda ou por avanços tecnológicos que tornam certas funções obsoletas, as empresas podem decidir extinguir um posto de trabalho.

Para que o processo de extinção seja legalmente válido, a empresa deve seguir rigorosamente os critérios estipulados na legislação laboral portuguesa. Este enquadramento legal visa garantir que o despedimento é feito de forma justa e transparente.

Critérios legais para o despedimento por extinção do posto de trabalho

A lei define critérios precisos que as empresas devem observar ao proceder à extinção de postos de trabalho. Estes critérios ajudam a proteger os trabalhadores e garantem que o processo é feito de forma equitativa.

1. Impossibilidade de manter o posto de trabalho

Um dos pontos cruciais neste processo é a impossibilidade real de manter o posto de trabalho. A entidade empregadora deve demonstrar que não existem alternativas para preservar o cargo, seja por realocação ou adaptação da função. Esta medida visa evitar despedimentos desnecessários e proteger o trabalhador.

2. Isenção de culpa do trabalhador

Outro aspeto importante é que o trabalhador não pode ser culpabilizado pela extinção do posto de trabalho. Isto significa que o seu desempenho, comportamento ou responsabilidade não influenciam a decisão da empresa. A extinção resulta de fatores externos ao trabalhador, como a situação económica da empresa ou alterações no mercado.

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Seleção de trabalhadores no processo de extinção de posto de trabalho

Quando se trata de extinção do posto de trabalho, a empresa deve seguir critérios específicos para escolher quais trabalhadores serão incluídos no processo de despedimento. Esses critérios garantem uma seleção justa e evitam favoritismos ou discriminações.

1. Antiguidade

Em casos de múltiplos postos de trabalho semelhantes, a antiguidade é um dos critérios fundamentais. A empresa deve optar por despedir o trabalhador com menor tempo de serviço. Esta prática reflete o reconhecimento dos anos de dedicação e experiência dos funcionários mais antigos.

2. Avaliação de desempenho

A empresa pode também aplicar uma avaliação de desempenho para apurar quais trabalhadores estão mais aptos a manter o seu posto. Esta avaliação deve ser clara, objetiva e do conhecimento do trabalhador, sendo conduzida antes do início do processo de extinção.

3. Qualificações e habilitações

O nível de qualificações dos trabalhadores também pode ser um critério determinante. Aqueles com maior grau de habilitações terão uma maior probabilidade de permanecer na empresa, uma vez que poderão desempenhar funções mais diversificadas ou técnicas.

4. Custos do posto de trabalho

Os custos associados ao posto de trabalho, nomeadamente salários ou benefícios, podem ser um fator relevante. Funções que representem um maior encargo financeiro para a empresa terão uma maior probabilidade de serem extintas, especialmente em períodos de dificuldades económicas.

5. Experiência

A experiência dos trabalhadores também é um fator decisivo. Trabalhadores com mais tempo no setor ou na empresa, com conhecimentos profundos da sua função, tendem a ser considerados mais valiosos e, portanto, têm maior probabilidade de manter o emprego.

Direitos dos trabalhadores despedidos por extinção do posto de trabalho

Os trabalhadores que são despedidos por extinção do posto de trabalho têm direitos específicos que devem ser respeitados pela entidade empregadora. Esses direitos visam garantir uma transição justa e minimizar o impacto do despedimento na vida do trabalhador.

1. Direito a aviso prévio

O trabalhador tem o direito de ser informado com a devida antecedência. Este aviso prévio depende da antiguidade do trabalhador e varia entre 15 a 60 dias. O objetivo é permitir que o trabalhador tenha tempo para se preparar para a transição ou procurar um novo emprego.

2. Crédito de horas

Durante o período de aviso prévio, o trabalhador tem direito a crédito de horas, o que significa que pode utilizar um determinado número de horas para procurar um novo emprego ou para realizar entrevistas, sem prejuízo para o seu salário.

3. Direito a compensação

No caso de despedimento por extinção do posto de trabalho, o trabalhador tem direito a receber uma compensação financeira proporcional ao seu tempo de serviço. Esta compensação visa ajudá-lo durante o período de transição, enquanto procura uma nova oportunidade no mercado de trabalho.

O impacto da pandemia na extinção de postos de trabalho

A pandemia de COVID-19 trouxe desafios inesperados para o mercado de trabalho, levando muitas empresas a reestruturar-se. Este cenário acelerou o número de despedimentos por extinção de posto de trabalho, com empresas a enfrentar quebras financeiras significativas ou a necessitar de se adaptar ao trabalho remoto e à digitalização.

Com a crise económica provocada pela pandemia, setores como o turismo, restauração e comércio foram dos mais afetados. Muitas empresas nestes setores tiveram de encerrar ou reduzir significativamente as suas operações, resultando em milhares de trabalhadores afetados por extinções de postos de trabalho.

A extinção do posto de trabalho é uma realidade do mercado de trabalho moderno, especialmente em tempos de crise económica ou de avanços tecnológicos rápidos. No entanto, o processo deve ser conduzido de forma justa, respeitando os direitos dos trabalhadores e seguindo os critérios estabelecidos pela lei. Tanto as empresas como os trabalhadores devem estar cientes das suas obrigações e direitos para garantir uma transição justa e equitativa.

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A informação apresentada neste artigo não é vinculativa e não substitui a consulta completa dos documentos e legislação relevantes sobre o tema abordado.

Quem é a CONTAREA – GESTÃO E CONTABILIDADE

A Contarea – Gestão e Contabilidade, instituição de renome na área dos serviços de Contabilidade, Fiscalidade, Recursos Humanos, Gestão Administrativa, Consultoria de Gestão, Projetos De Investimento e Apoios, Apoio ao Empreendedorismo, Bpo/Outsourcing e Auditoria, tem a sua sede em Famalicão desde 2001. Distingue-se por possuir uma carteira vasta e diversificada, estendendo os seus serviços por todo Portugal, com especial incidência nos concelhos de Famalicão, Braga, Santo Tirso, Trofa, Barcelos, Felgueiras, Maia, Valongo, Vila do Conde, Póvoa do Varzim, Esposende, Porto, Guimarães, Fafe, Vizela, Matosinhos, Valongo e Paredes.

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António Martins Pereira CEO & General Manager
CEO @ Contarea - Gestão e Contabilidade | Especialista em contabilidade, fiscalidade e gestão de empresas | Otimização da produtividade e rentabilidade de negócios

António Martins Pereira
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1 Comment

  • […] a operar sob a supervisão de um administrador judicial, e os trabalhadores mantêm os seus postos de trabalho. No entanto, se a insolvência levar ao encerramento da empresa ou a um despedimento coletivo, os […]

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